terça-feira, 16 de junho de 2009

A história de Vovó

"Um dia, há 4 anos atrás, exatamente na hora de eu sair para o trabalho, o céu ficou escuro e iniciou uma chuva muito, mas muito forte.
De repente começou a cair granizo. (é umas pedrinhas de gelo que caem do céu)
Quando tudo terminou uma meia hora mais tarde, eu pude enfim sair de casa.
No caminho até a parada do ônibus, vi num canteiro da calçada, por entre a grama, algo como um pelego.
Parecia um tecido, assim no chão.
Cheguei perto e vi que era uma cachorrinha enroscada nela mesma e com o focinho machucado pelo granizo que caíra a pouco tempo atrás.
Ela estava tão encolhida que foi difícil pegá-la.
Estava endurecida de frio e não se mexia.
Voltei para casa com ela , coloquei-a enrolada num cobertorzinho e lhe ofereci água.
Ela recusou e ficou ali imóvel.
Fui para o trabalho e no final da tarde voltei, e vi que ela estava na mesma posição e com o corpo ainda gelado.
Liguei para a médica veterinária e fui ao consultório com ela no colo.
Chegando lá, a médica a examinou bem e deu o veredicto:
Era uma cadelinha muito, muito velhinha. Tanto que só tinha dois dentes em cima e dois dentes em baixo. Tinha muitos carrapatos e estava muito magra. Era cega de um olho e um pouco brabinha.
A médica lhe tirou os carrapatos, e a colocou entre duas garrafas pet com água quente.
Enfim ela se aqueceu e pude levá-la para casa.
A médica me alertou que ela não iria viver muito devido a idade avançada.
Ela tomou umas vitaminas e com o tempo foi se endireitando.
Coloquei o nome dela de "Vovó".
Vovó andava com livre passagem pela casa e pelo pátio.
Demorava muito para comer, pois não tinha dentes e não enxergava direito a comida.
Eu abraçava muito a Vovó.
Eu a pegava no colo toda a hora , para que ela sentisse um pouco de amor e carinho pelo menos no final de sua vida.
Vovó era meio "sugismunda"....
Creio nisso, porque ela não tinha mais faro e nem visão o suficiente para ter sua higiene própria.
Quando tomava banho, custava muito a secar, mas no fim gostava.
Tinha cobertinha, comida à vontade, leite, água limpa....
Vovó com o tempo se arriscou a correr pela casa e pelo pátio.
Era engraçado que ela corria desengonçada e as vezes até batia em algum móvel ou porta.
Vovó, incrívelmente, era resistente ao carinho.
Ela esforçava-se em não ficar no meu colo e então eu a apertava contra mim.
Eu insistia com Vovó, até que ela se rendia aos meus cuidados e carinhos.
Vovó, conforme a médica havia dito, não durou muito.
Ela morreu 8 meses depois no hospital.
Enterrei ela numa caixinha de sapato enfeitada com fitinhas coloridas.
Vovó me deu uma lição.
Deus as vezes nos recolhe numa sarjeta, nos medica, nos acolhe, nos dá carinho, amor, nos alimenta e nos dá um lar.
Ele é nosso dono.
E nós, como Vovó, muitas vezes nos debatemos no seu colo quentinho e queremos recusar o seu amor e seu carinho.


Que Deus possa sempre insistir conosco, com seu cuidado, com seu amor.
Para que possamos reconhecer que temos um dono e que dependemos totalmente Dele."

Terezinha Castro (grande coisa... rsrsrrs)

Um comentário:

  1. Olá gostamos do seu trabalho!

    Somos do Lion of Zion e estamos lhe convidando para nos visitar e posteriormente nos seguir. Visite nosso blog onde respeitamos sua opinião e inteligência.

    Abraço!

    http://cartesianofinito.blogspot.com/

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